O Término (Parte 1)

É final de julho, você termina comigo, fico sem entender como tudo aconteceu, como chegamos a isso, o que de fato aconteceu ou não pra ter chegado ao fim. Já sabia que isso ia acontecer, você foi me dando sinais de que não estávamos bem. Mas na hora não conseguia dizer nada, só chorar e pensar "por que esta fazendo isso comigo!?"
Você disse que não estava dando certo, o que não estava dando certo?! Acho que não mencionou o que estava dando errado, se era eu a errada.
Você disse que me envolvi demais, quando as pessoas namoram é isso o que fazem, se envolvem, trocam de experiências e carinhos ou estou errada!?
Meu corpo inteiro ficou dormente, sem reação alguma, não conseguia raciocinar direito, "a ficha não tinha caído" de que aquilo estava acontecendo; parecia uma piada muito de mal gosto, porque não fazia sentido, nada do que havia me dito fazia sentido principalmente porque a pouco tempo tinha me pedido em namoro. Que pessoa muda de ideia assim tão rápido?! Afinal, o que eu fiz pra tudo isso desmoronar? Eu dormi por tanto tempo assim e não vi o que estava acontecendo!?

É agosto, voltamos a rotina (pelo menos tentei), as pessoas perguntam de você e eu não sei o que dizer... Até que digo "Não sei, certamente deve estar melhor que eu." Mas para os íntimos não conseguia dizer nada, apenas "dava de ombros" e chorava; havia tantos abraços em minha volta que mesmo assim ainda eram pouco para o que eu precisava. Mas enxuguei as lágrimas e combinamos "Não falaremos mais de fulano".

Setembro, uau consegui sobreviver ao mês passado, ainda sem saber muito bem o que sentia, seguia minha rotina. Até que um dia conversamos e a possibilidade de saber que você poderia ter outras que não fosse eu, fez com que nos afastássemos. Você falou claro, sendo sincero, realista e um pouco rude de que era melhor cada um seguir sua vida. Eita! Aquilo foi como uma pancada em meu peito, senti me afundar num buraco sem saber como sair de lá; é, perdi uma pessoa querida, perdi um amigo junto, estava inconformada em como te deixei entrar na minha vida, pra tudo acabar assim, você fazendo essa bagunça, não é certo. Não é correto fazer isso na vida das pessoas, ir embora assim. Chorei todos os dias que esse mês poderia me dar, chorei no meio das aulas, chorei no ônibus, chorava no meio de conversas engraçadas. Nossa, eu nunca tinha achado que poderia sair tanto choro de alguém assim; nem quando minha avó morreu chorei tanto. Mas sabia que de fato aquele afastamento era necessário pra mim que me apego as pessoas, pelo menos pra mim que sentia muito mais que ele. Há muitas formas de se desintoxicar de alguém, eu não tinha força pra colocar nenhuma em prática, só parar de seguir em redes sociais.
Já assistiu Crepúsculo?! Em um dos filmes o Edward deixa a Bella, ele vai embora para o bem dela, se não me engano; e ela fica sem fazer nada, a vida passa por ela e ela nem "tchum"; é... Eu estava sendo a Bella da vez, pessoas passavam por mim, falavam comigo e eu nem tchum, parecia que estava em coma, mas fora de um hospital.

O mês do seu aniversário chegou, Outubro, só pensava no presente que havia comprado desde julho e que no mês passado havia vendido. Se foi certo fazer isso eu não sei, eu tinha planejado como seria seu aniversario, ia ser top! Contudo, já não fazia sentido todo aquele plano, toda aquela perda de tempo, fiquei na duvida se te dava parabéns ou não, afinal você tinha sido importante pra mim e não queria ser mal educada.
Já havia parado de chorar, estava só magoada, mas com uma perspectiva da vida diferente, porém, mais criteriosa e não deixando qualquer um entrar na minha vida. Eu estava bem e queria ser sua amiga pelo menos, tentei puxar um assunto depois do seu aniversario mas sem sucesso, fiquei na minha.

Novembro chegou as pressas, junto te trouxe de volta, do nada veio conversar comigo, fiquei sem entender. Mas contigo é assim, nunca entendo. E sempre quando nos reaproximávamos acontecia alguma coisa, eu estava ok com tudo, de verdade; estava bem resolvida. Contudo, certas atitudes me chateavam, você ia e voltava, se aproximava e depois partia. Era um vai e vem sem limites. Você ficava estranho e depois voltava ao normal, parecia estar arrependido ou algo do tipo...
Ô Dezembro, mês de finalizações para alguns... Nos vimos um dia, acredito que era algo que ambos queriam; mas sabia que aquele seria o último dia ou então que iria demorar para nos vermos de novo. Como sempre pra mim estava tudo ok, sem problemas, até que você se foi de novo, voltou e partiu de novo. Isso cansa, chateia, parece que não faz questão, parece que não dá a minima pra mim, parece que sou uma qualquer, parece que você não tem mais consideração por ninguém; alias, parece que não fui nada pra você.